terça-feira, 10 de abril de 2012

Balanço do governo sobre a saúde do brasileiro mostra que tabagismo caiu, mas obesidade aumentou

O governo apresentou nesta terça-feira (10) a edição de 2011 da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que avalia a saúde do brasileiro. Queda do tabagismo e aumento nos exames para a saúde da mulher foram as boas notícias, mas a obesidade cresce e preocupa.

Alexandre Padilha, ministro da saúde, destacou os avanços alcançados pela luta contra o tabagismo. Segundo ele, a proibição dos aditivos, feito recentemente pela Anvisa, deve ter um impacto ainda mais forte para evitar que os jovens comecem a fumar.

— Acreditamos que é possível reduzir no público mais jovem e no público de menor renda. Não adianta só aumentar a tributação sem avaliar preço mínimo e reforçar a fiscalização contra a pirataria.
O número de fumantes, que vem caindo ano a ano, é agora de 14,8% da população -- o que, seugndo Padilha, proporcionou mais ex-fumantes do que fumantes no país.

No entanto, a obesidade está em alta. Ela cresce vagarosamente, mas cresce, em ambos os sexos. Os obesos são hoje 15,8% da população. Eram cerca de 42% acima do peso em 2006, indo para 49% em 2011.

Padilha falou sobre o investimento nas próximas gerações, para prevenir que os jovens já comecem a vida neste grupo indesejado.

— Agir sobre crianças e adolescentes é fundamental para prevenir uma geração de obesos. E com os acordos com a indústria, tanto de sal e gordura, quanto com as escolas agora [cantinas saudáveis], é fundamental ampliar a oferta de produtos saudáveis para a população.

Os homens fazem mais atividades físicas do que as mulheres, segundo o levantamento. Ainda assim, eles passam mais tempo assistindo à televisão. Mas um dado que chama a atenção é o fato de que mulheres, quanto mais tempo de escolaridade e ensino, menos sobrepeso. E, em geral, quanto mais escolaridade, mais atividades físicas como lazer o brasileiro faz.

Para Padilha, a Academia da Saúde, gratuita e que visa o público de mais baixa renda (que menos faz atividades), deve ajudar a contornar esses números.

Os dados foram apresentados por Jarbas Barbosa, Secretário de Vigilância da Saúde. Ele, além de apresentar as informações levantadas no ano passado, também destacou as "ações que impactam em médio e longo prazo" — como redução do sal nos alimentos e aditivos no cigarro, por exemplo.
Detalhes da obesidade
O aumento da obesidade e do excesso de peso atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso, enquanto em 2011 as proporções passaram para 52,6% e 44,7%, respectivamente.

Entre os homens, o problema do excesso de peso começa cedo e atinge 29,4% dos que têm entre 18 e 24 anos. Entre homens de 25 a 34 anos, o índice quase dobra, chegando a 55%. Dos 35 aos 45 anos, o percentual é 63%.

Dados do ministério indicam que o excesso de peso na população brasileira também está ligado a fatores como idade. O envelhecimento, segundo a pasta, tem forte influência nos indicativos – sobretudo femininos. O estudo aponta que 25,4% das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso. A proporção aumenta para 39,9% entre mulheres de 25 a 34 anos e chega a 55,9% dos 45 aos 54 anos.

Em relação à obesidade, 6,3% dos homens de 18 a 24 anos se encaixam nessa categoria, contra 17,2% dos homens de 25 a 34 anos. Entre as mulheres, 6,9% das que têm de 18 a 24 anos são obesas. O índice quase dobra entre mulheres de 25 a 34 anos (12,4%) e quase triplica entre 35 e 44 anos (17,1%). Após os 45 anos, a frequência da obesidade se mantém estável, atingindo cerca de um quarto da população feminina.

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