A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados aprovou nesta
terça-feira (10) o projeto de lei 6719/2009, conhecido como Lei Joanna Maranhão,
que altera o prazo de prescrição dos crimes sexuais praticados contra crianças e
adolescentes. Já aprovado no Senado, o texto precisa agora ser analisado pelo
Plenário e depois segue para sanção presidencial.
O texto, proposto pela CPI da Pedofilia em 2009, garante às vítimas de abuso
sexual mais tempo para denunciar o agressor. Pela nova lei, o tempo de
prescrição passa a contar a partir da data em que a vítima de crime sexual
completar 18 anos. Hoje, o Código Penal estabelece que a contagem do prazo
começa na data do crime.
Segundo os defensores da proposta, a medida vai reduzir a impunidade dos
agressores. O entendimento é que, alcançando a maioridade, a vítima ganha
condições de agir por conta própria. Com a prorrogação do prazo, ela poderá
levar o caso à Justiça. Em alguns casos, a ação também deixa de ser proposta
porque os pais da vítima ou responsáveis ignoram os fatos, ou são omissos,
quando não são os autores do abuso.
"Aos 18 anos, a pessoa já tem maturidade para buscar a autoridade para
denunciar. Nesses casos, a prescrição começa a correr a partir da maioridade,
salvo quando uma ação já tiver sido proposta. É um projeto muito bem vindo e
importante para a sociedade", destaca o secretário de Assuntos Legislativos do
Ministério da Justiça, Marivaldo Pereira. No entanto, Pereira ressalta a
importância de denunciar os crimes o quanto antes. "Quanto maior a distância
entre o crime e a investigação, mais difícil fica a punição".
Batizada de Lei Joanna Maranhão, o projeto é uma homenagem à nadadora que
decidiu denunciar os abusos sofridos durante a infância por um ex-treinador. O
técnico nega o crime, já prescrito quando o caso veio à tona. Em 2009, a
nadadora que tinha 22 anos acompanhou emocionada a análise do projeto de lei no
Senado. Ao lado do então presidente da Comissão de Constituição e Justiça,
senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), Joanna acompanhou a votação unânime
da matéria.
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