sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Número de solteiros cresce e ultrapassa o de casados no país, aponta IBGE

O número de solteiros e divorciados aumentou no país. Em 2009, o país contava com 62,2 milhões de solteiros e 7,8 milhões de divorciados contra 66,6 milhões de casados. Em 2011, os números mudaram para 72 milhões, 8,9 milhões e 59,7 milhões, respectivamente. Ou seja, mais de 10 milhões de pessoas entraram para o time dos "desimpedidos".
É o que aponta a Pnad (Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e divulgada nesta sexta-feira (21). O levantamento ainda mostra que o número de viúvos subiu de 8,6 milhões para 9,1 milhões de pessoas.
Os solteiros ultrapassaram os casados e são maioria entre homens e mulheres. Em termos percentuais, os casados representavam 45,9% da população em 2009, e os solteiros, 42,8%. Em 2011, a relação se inverteu para 39,9% e 48,1%, respectivamente.
A região Norte é a que concentra o percentual mais alto de solteiros – 62% da população. Por outro lado, as regiões Sudeste e Sul apresentam os percentuais mais altos de casados. Em ambas, 43,1% dos residentes declararam este estado civil.
Entre os divorciados e viúvos, a quantidade de mulheres é muito maior que a de homens. Em 2011, havia 5,3 milhões de divorciadas contra 3,5 milhões de divorciados. Em 2009, elas eram 4,8 milhões, e eles, 3 milhões. No grupo dos viúvos, a diferença é ainda mais gritante. Em 2011, elas somavam 7,4 milhões de pessoas, e eles, 1,7 milhão – em 2009, estes números eram de 7,1 milhões e 1,5 milhão, respectivamente.
Em toda a população feminina, a proporção de viúvas é de 9,5%, um percentual que não mudou nos últimos anos. Para os homens, os viúvos representavam apenas 2,4% da população masculina em 2011 – em 2009, eram 2,2%.
A Pnad de 2011 apresenta dados inéditos em relação à de 2009. Sobre o tema da nupcialidade, foram incluídas perguntas sobre o estado conjugal de pessoas com mais de 15 anos, além da natureza de sua união. Dessa forma, não é possível fazer comparações com outras pesquisas.
De acordo com o levantamento, 85,5 milhões de pessoas com mais de 15 anos viviam em união em 2011 – 57,1% da população desta faixa etária, que soma 149,8 milhões de brasileiros. A região Sul foi a que apresentou maior participação de pessoas vivendo em união (61,9%), e a região Nordeste, o menor percentual (55,4%).
Isto é, o Brasil tem 72 milhões de solteiros, mas 85,5 milhões de pessoas vivendo em união conjugal. Para Iná Elias de Castro, professora de Geografia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), estes dados refletem uma “liberalização dos costumes” na sociedade brasileira. “Antes, para viver junto você tinha que estar casado. Hoje existe uma certa liberalização”, afirma.
A professora ainda atenta ao fato de que, nas classes mais baixas, o percentual de pessoas que se unem é mais alto, mas este hábito está sendo apropriado por jovens de classe média e média alta que vivem nas cidades. “É uma prática das classes baixas que hoje vai para a classe média, de viver junto primeiro e depois casar”, diz.
Do grupo dos que viviam em união, a maioria – 43,2% – estava unida por laços de casamento civil e religioso. Em segundo lugar, com 34,8%, vinham os que viviam sob união consensual. A região Sudeste foi a que apresentou maior participação de pessoas casadas no civil e no religioso (51,5%), e a região Norte, o menor percentual (24,7%).
Quanto à união consensual, a relação se inverte. O Norte possui o maior percentual de pessoas vivendo desta forma (51%), e o Sudeste, o menor (28,6%).
A pesquisa ainda revela que 76,6% das pessoas vivendo sob união consensual são solteiras. Entre as pessoas que só realizaram casamento religioso, 50,9% também são solteiras.

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