sexta-feira, 1 de março de 2013

'O PSB trabalha no fuso horário do PSB', diz Eduardo Campos


Presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em evento de saúde em Olinda (Foto: Luna Markman/ G1)
O governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, mantém firme a posição de que o partido não vai entrar agora no debate eleitoral. Apesar de integrar a base aliada do governo Dilma, o político é cotado para ser candidato à presidência nas eleições de 2014 e, no último sábado (23), foi criticado pelo ex-ministro Ciro Gomes (PSB). Além disso, Campos vem criticando o que considera uma antecipação do debate eleitoral promovida por PT e PSDB. "Eu respeito opiniões diferentes de quem imagina que já é preciso começar o debate político, mas o relógio do PSB trabalha no fuso horário do PSB, não vamos trabalhar com relógio, tempo dos outros, nem fazer o jogo dos outros. Nós entendemos que é hora de cuidar do Brasil para ganhar 2013”, disse, referindo-se ao baixo desempenho da economia brasileira.
O presidente do PSB falou com a imprensa nesta sexta-feira (1°), após recepcionar os novos residentes da rede estadual de saúde, em evento no Centro de Convenções, em Olinda. No fim de semana passado, Ciro Gomes fez o comentário em uma rádio de Fortaleza que Eduardo Campos "não tem propostas para o país". O ex-ministro também disparou críticas em direção ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e à Marina Silva (Rede), outros possíveis adversários da presidente Dilma Rousseff.

Na última quinta (28), em evento promovido pelo PT, em Fortaleza, o irmão de Ciro Gomes e governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), defendeu que Campos entrasse na disputa eleitoral como vice de Dilma, apontando que o PSB hoje tem mais força política que o PMDB, do atual vice-presidente, Michel Temer. "Nós temos dentro do partido visões distintas. Converso com o Cid muito bem, mas esse debate não vai ser resolvido aqui, agora, e quando for decidido será pelas instâncias partidárias", disse Campos.

Especulações sobre a entrega dos cargos do PSB no governo federal e a saída do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, do PSB para o PT, também seriam indícios de que o PT pressiona Campos a se posicionar em relação a uma possível candidatura ao Planalto ou pelo apoio à candidatura de Dilma, pré-lançada pelo ex-presidente Lula semana passada. "A plantação de intrigas e maledicências é geral, não me consta que em hora nenhuma houve isso, podem ligar para Fernando. Não me sinto nem um pouco pressionado para definir minha posição agora, quem vai definir é o PSB. Não acho que 2013 seja um ano de montar palanques, mas sim de unir o país. Agora, nunca vi quem está num governo em situação de dificuldade antecipar calendário eleitoral, nunca vi isso dar certo", falou.
Nos últimos dois dias, Eduardo Campos se encontrou com o governador do Piauí, Wilson Nunes; do Espírito Santo, Renato Casagrande; e da Paraíba, Ricardo Coutinho, todos do PSB, além do vice-presidente nacional da legenda, Roberto Amaral, e do líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque. “Houve três reuniões distintas, que estavam atrasadas, que viraram reuniões de emergência do executivo. Foram encontros sobre o programa do partido que vai ao ar no próximo mês, sobre a questão dos portuários e votação dos royalties do petróleo, além de outros assuntos importantes", disse.

A conjuntura política, afirmou Campos, também foi tradada. "Não mudou absolutamente nada, o partido está tranquilo. Tudo o que estamos fazendo foi tratado com a presidenta Dilma, ela sabe o que nós pensamos e o que pode acontecer em 2014. Esse debate só pode ser concluído quando todas as variáveis estiverem colocadas, mas cada um tem seu jeito de agir. Já disse que o PSB vai estar em 2014. Não vamos atropelar ninguém, mas também não vamos ser atropelado", falou.

 

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