'O PSB trabalha no fuso horário do PSB', diz Eduardo Campos
O governador
de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, mantém firme a
posição de que o partido não vai entrar agora no debate eleitoral. Apesar de
integrar a base aliada do governo Dilma, o político é cotado para ser candidato
à presidência nas eleições de 2014 e, no último sábado (23), foi criticado pelo
ex-ministro Ciro Gomes (PSB). Além disso, Campos vem criticando o que considera
uma antecipação do debate eleitoral promovida por PT e PSDB.
"Eu respeito opiniões diferentes de quem imagina que já é preciso começar
o debate político, mas o relógio do PSB trabalha no fuso horário do PSB, não
vamos trabalhar com relógio, tempo dos outros, nem fazer o jogo dos outros. Nós
entendemos que é hora de cuidar do Brasil para ganhar 2013”, disse,
referindo-se ao baixo desempenho da economia brasileira.
O presidente
do PSB falou com a imprensa nesta sexta-feira (1°), após recepcionar os novos
residentes da rede estadual de saúde, em evento no Centro de
Convenções, em Olinda. No fim de semana passado, Ciro Gomes fez o comentário em
uma rádio de Fortaleza que Eduardo Campos "não tem propostas para o
país". O ex-ministro também disparou críticas em direção ao senador Aécio
Neves (PSDB-MG) e à Marina Silva (Rede), outros possíveis adversários da
presidente Dilma Rousseff.
Na última quinta (28), em evento promovido pelo PT, em Fortaleza, o irmão de
Ciro Gomes e governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), defendeu que Campos entrasse
na disputa eleitoral como vice de Dilma, apontando que o PSB hoje tem mais
força política que o PMDB, do atual vice-presidente, Michel Temer. "Nós
temos dentro do partido visões distintas. Converso com o Cid muito bem, mas
esse debate não vai ser resolvido aqui, agora, e quando for decidido será pelas
instâncias partidárias", disse Campos.
Especulações
sobre a entrega dos cargos do PSB no governo federal e a saída do ministro da
Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, do PSB para o PT, também seriam
indícios de que o PT pressiona Campos a se posicionar em relação a uma possível
candidatura ao Planalto ou pelo apoio à candidatura de Dilma, pré-lançada pelo
ex-presidente Lula semana passada. "A plantação de intrigas e
maledicências é geral, não me consta que em hora nenhuma houve isso, podem
ligar para Fernando. Não me sinto nem um pouco pressionado para definir minha
posição agora, quem vai definir é o PSB. Não acho que 2013 seja um ano de
montar palanques, mas sim de unir o país. Agora, nunca vi quem está num governo
em situação de dificuldade antecipar calendário eleitoral, nunca vi isso dar
certo", falou.
Nos últimos
dois dias, Eduardo Campos se encontrou com o governador do Piauí, Wilson Nunes;
do Espírito Santo, Renato Casagrande; e da Paraíba, Ricardo Coutinho, todos do
PSB, além do vice-presidente nacional da legenda, Roberto Amaral, e do líder do
PSB na Câmara, Beto Albuquerque. “Houve três reuniões distintas, que estavam
atrasadas, que viraram reuniões de emergência do executivo. Foram encontros sobre o programa
do partido que vai ao ar no próximo mês, sobre a questão dos portuários e
votação dos royalties do petróleo, além de outros assuntos importantes",
disse.
A conjuntura política, afirmou Campos, também foi tradada. "Não mudou absolutamente nada, o
partido está tranquilo. Tudo o que estamos fazendo foi tratado com a presidenta
Dilma, ela sabe o que nós pensamos e o que pode acontecer em 2014. Esse debate
só pode ser concluído quando todas as variáveis estiverem colocadas, mas cada
um tem seu jeito de agir. Já disse que o PSB vai estar em 2014. Não vamos
atropelar ninguém, mas também não vamos ser atropelado", falou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário