As regiões Norte e Nordeste concentram a maior parte das crianças com idade até
5 anos aptas à adoção. Esta faixa etária é procurada por 90% dos candidatos a
pais adotivos e corresponde a 9% das 5.281 crianças e adolescentes inscritos no
Cadastro Nacional de Adoção (CNA).
O estudo Encontros e Desencontros da Adoção no Brasil: Uma Análise
do Cadastro Nacional de Adoção, feito pelo Departamento de Pesquisas
Judiciárias (DPJ) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e divulgado hoje (15),
constatou que no Norte do país, 26,5% das crianças aptas à adoção têm menos de 5
anos, no Nordeste elas são 16,9%. Nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste o
índice não chega a 10%.
Para adotar crianças com até 3 anos, o percentual de adotantes é 56%. Em
contrapartida, apenas 3% das crianças e adolescentes inscritos no CNA têm essa
idade.
O Brasil tem hoje 28.151 homens e mulheres que desejam adotar um filho.
Destes, 85% estão nas regiões Sudeste e Sul, 40% têm entre 40 e 49 anos e 79,1%
são casados. Entre os solteiros, divorciados, separados judicialmente e viúvos,
as mulheres são 80% dos que querem adotar um filho.
O Sudeste responde por 48,5% das pessoas que pretendem adotar crianças e
adolescentes cadastrados no CNA, a Região Sul por 36,5%. Em seguida vêm o
Nordeste (6,7%), Centro-Oeste (5,9%) e a Região Norte (2,3%).
O estudo conclui que o grande obstáculo para a adoção no Brasil ainda é a
exigência de idade por parte dos pretendentes, principalmente daqueles que têm
preferência por crianças brancas. Segundo a pesquisa, os pais que buscam
exclusivamente esse perfil racial, em geral, não aceitam crianças com mais de 3
anos de idade.
No Norte, este é o perfil de 85,6% dos candidatos a pais adotivos, no
Nordeste são 82,6% dos candidatos, no Centro-Oeste 88,7%. No Sul e no Sudeste o
percentual de candidatos que têm preferência por crianças brancas passa dos
90%.
As crianças e os adolescentes brancos aptos à adoção são 12% do total no
Norte, 14,1% no Nordeste, 23,5% no Centro-Oeste, 52,8% na Região Sul e 26,9% no
Sudeste.
Por outro lado, o estudo aponta que aqueles que aceitam unicamente crianças
pretas, pardas ou indígenas costumam ser mais flexíveis e, em geral, não fazem
outros tipos de restrição como de idade ou sexo. O percentual de pretendentes
com esse perfil é maior nas regiões Norte e Centro-Oeste, cerca de 50%, enquanto
a média nacional é aproximadamente 35%.
Já quem procura crianças mais velhas, com mais de 6 anos, não costuma fazer
restrições em relação às demais características do futuro filho, indica o
estudo.
Da Agência Brasil
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